Contexto e Conteúdo: Como a cultura maker alinha estes dois ingredientes para uma aprendizagem significativa
A frase parece clichê, mas é certo afirmar que as crianças e adolescentes de hoje já não são mais como os da nossa geração. E isso é um efeito natural da evolução humana, pois se o Mundo muda, logo mudamos para nos adaptar às novas realidades.
A geração da atualidade já nasceu conectada com o mundo, e a facilidade de acesso à tecnologia os tornou imediatistas. O volume de informações contribuiu para o caráter crítico desta geração, que valoriza a diversidade, a responsabilidade social e prioriza experiências à posse. Experimente perguntar ao seu filho se ele quer um presente ou uma viagem com amigos em seu aniversário.
Esse novo perfil tem sido um grande desafio para a educação pois é preciso acompanhar as mudanças para se adequar ao perfil dos jovens e desta forma conquistar resultados mais efetivos no jornada de aprendizagem. A pandemia, por exemplo, veio para nos mostrar o quanto é necessário estarmos preparados para o novo que pode surgir a qualquer momento.
Mas se sabemos que na educação o processo de aprendizagem está intimamente ligado à compreensão de conteúdos específicos, como conseguir que esta geração assimile o necessário para prepará-los para os desafios do futuro?
O segredo é trazer o estudante para o centro do processo de aprendizagem, criar um contexto que estabeleça relação com a realidade do aprendiz, o envolvendo em projetos que são desenvolvidos a partir de suas paixões ao mesmo tempo exploram conteúdos específicos. Desta forma o conteúdo não é imposto, e sim descoberto pois explora a curiosidade sobre temas de interesse do aprendiz.
A cultura maker tem sido uma grande aliada desta nova abordagem pois parte do princípio que todos nós somos capazes de criar, consertar, modificar ou melhorar qualquer coisa. Para isso, só é preciso explorar, se equipar, fazer e não ter medo de errar, pois o erro faz parte do processo de aprendizado.
Nas oficinas Lab LAR a abordagem pedagógica é apoiada na cultura maker para a criação de contextos de aprendizagem significativos. Como exemplo podemos apontar as oficinas de modelagem digital, nas atividades os aprendizes entram em contato com conteúdos que exploram sólidos geométricos, plano cartesiano e lógica de programação para construir modelos para serem reproduzidos em uma impressora 3D.
Inicialmente a atividade é conduzida pelo educador, mas depois o aprendiz tem liberdade para fazer projetos de seu interesse. Uma de nossas estudantes que tem como hobbie fazer bonecos com massinha em EVA aproveitou a aula para fazer estecas que foram impressas em 3D e servirão como ferramenta útil para a estudante, pois tornará a prática do seu hobbie mais fácil e precisa.
Criar contextos colocando o estudante no centro do processo ao explorar suas paixões leva o aprendizado para além do conteúdo, pois auxilia no desenvolvimento habilidades como comunicação, colaboração, senso crítico criativo, empatia e autonomia. Independentemente do conteúdo abordado, ajuda a mobilizar as competências que o mundo exige na vida adulta.
Tomar mão da cultura maker para criar contextos de aprendizagem significativos parece algo novo, mas a premissa é a mesma defendida pelo educador Paulo Freire ao afirmar que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Maria Paula Marcon
Professora da oficina Lab LAR
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